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Análise – Resident Evil 3 Remake

Hora de avaliar a treta contra o Nemesis de 2020!

Editado por: Romulo Almeida

Sobre o game:

Resident Evil 3 é um game de survivor horror/ ação em terceira pessoa, desenvolvido e distribuído pela Capcom lançado dia 03 de Abril de 2020 para Xbox One, Playstation 4 e PC.

Enredo:

Após os eventos ocorridos em Resident Evil 1, o jogador assume novamente a pele de Jill Valentine em sua busca por justiça contra a Umbrella. Jill demonstra estar totalmente afetada psicologicamente com o que sofreu na mansão, tendo diversos pesadelos, sendo perseguida e bem paranóica.

O ponto positivo para este remake foi a introdução de cinemáticas para explicar alguns acontecimentos, já que no original muito da história é contada apenas em arquivos de textos.

Em relação ao enredo, o mesmo está dividindo muitas opiniões, pois vários acontecimentos foram alterados do jogo original, e quando isso ocorre os fãs mais fervorosos vão a loucura. Eu particularmente gostei de algumas alterações, outras nem tanto.

Uma coisa que poderia ter sido melhor explorada seria ter mais atrito entre os personagens, ter uma vontade de descobrir o que está se passando, porém a Capcom deixou a oportunidade passar e os personagens ficaram muito automatizados. No geral ficou um bom enredo que poderia ser melhor desenvolvido.

Cabe lembrar que o jogo se passa antes de alguns acontecimentos de RE2 e ocorre em paralelo com seu antecessor e isso eu gostei bastante como os jogos se ligaram.

Jogabilidade:

Em RE3 Remake, a jogabilidade é praticamente a mesma de RE2, inventários escassos podendo ser aumentados com pochetes, arsenal de armas composto por pistolas, magnum, espingarda, metralhadora, lançador de granadas, granadas de fragmentação e de atordoamento, além de uma faca, que diferente de seu antecessor, não se quebra ao utilizar.

A câmera fica posicionada na altura do ombro do personagem e uma mira para variar sofrível, tudo para dificultar no combate para dar aquela sensação de desespero no personagem. Além disso, o personagem é capaz de andar, correr, pular alguns objetos pré determinados, porém não recomendo que você tente correr e atirar ao mesmo tempo, porque os controles não respondem bem nessas tentativas.

O grande diferencial em relação ao 2 são as novas habilidades que o personagem pode utilizar: a esquiva (com a Jill) e a ombrada (com Carlos). Essas ações facilitam demais na hora dos combates e fuga.

Um ponto a se notar é a diferença de jogabilidade entre Jill e Carlos, e até mesmo dos dois para Leon e Claire no RE2.

Com Jill você sente ela ser mais leve e mais ágil, enquanto com Carlos, devido seu porte físico e equipamentos ele tem uma gameplay mais lenta e mais travada.

Enfrentando Nemesis:

Quando anunciado, a expectativa em torno de Nemesis estava muito alta, principalmente com o sucesso do implacável Mr. X. A Capcom havia prometido que o vilão seria ainda mais terrível que Mr. X… Porém, não foi bem isso que aconteceu, não é Dona Capcom?

Sinceramente a parte em que Nemesis mais incomoda é na cidade, com uma hora e meia de jogo mais ou menos, e essa parte o jogador consegue passar em uns 30 ou 45 minutos. Além disso Nemesis não passa nem 1% da tensão que Mr. X passava, isso porque o cenário para fugir dele é mais aberto e possui muitas coisas para ajudar a derrubá-lo. Além disso, se o jogador quiser, ele pode usar Nemesis a seu favor para derrubar outros zumbis pelo caminho, assim economizando munição.

Após essa parte da cidade Nemesis fica limitado a aparecer em alguns pontos da campanha, algo muito frustrante pois a expectativa de todos era de que ele fosse um perseguidor insaciável.

Referente ao visual dele ficou excelente e suas transformações também, apesar de este ser um outro ponto de crítica dos fãs, já que o remake não possui todas as transformações do vilão e o enfrentamos muito pouco em sua forma humanóide.

Em relação às Boss fights o jogo não fugiu muito do simplismo que era o original. O ponto negativo mesmo vai para nivel baixo dos embates.

Ambientação:

 

Utilizando o motor gráfico RE Engine de RE7, DMC V e RE2 Remake, mais uma vez a ambientação está fantástica, com cenários lindos, escuros em certos pontos, bem iluminado em outros e com uma soundtrack muito boa, inclusive utilizando alguns sonoros refeitos de RE2 e RE3 clássicos.

Apesar do jogo possuir muito da ambientação do 2, o ambiente acaba não conseguindo passar a mesma tensão e terror de seu antecessor. Isso se deve por causa de grande parte do jogo ocorrer na cidade com ambientes mais abertos, o que facilita evitar conflitos com zumbis. Nos ambientes estreitos a tensão também não ocorre, pois devido à sobra de munição não gasta na cidade, o jogador não fica intimidado em enfrentar os inimigos.

Para resumir bem o que aconteceu, o jogo passou de survivor horror para um jogo de ação…

Inimigos:

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Além do nada temível Nemesis, o jogo apresenta praticamente os mesmos inimigos de Resident Evil 2.

O jogo conta com zumbis reciclados do jogo anterior, uma espécie de aranha que injeta parasitas na Jill e o destaque mesmo fica para os hunters que são chatos de enfrentar durante a gameplay. O jogo também apresentou um novo tipo de zumbi, conhecido como pálidos, encontrados no laboratório.

Dificuldade:

Este foi um dos pontos mais lamentáveis deste remake. Recomendo fortemente para quem procura desafio jogar diretamente no modo intenso.

O jogo na dificuldade padrão é praticamente um passeio no parque perto de seu antecessor, ainda mais quando se adquire alguns upgrades das armas.

Por exemplo: logo no começo o jogador pode conseguir a mira holográfica da pistola, o que estabiliza muito a mira da arma e tira o “desespero” de acertar tiros nos zumbis.

As Boss fights são muito tranquilas e as duas ultimas do jogo são praticamente ridículas.

O jogo só oferece algum desafio quando jogado nas duas dificuldades que somente são liberadas após zerar o jogo no modo intenso.

Duração:

Mais um ponto negativo do jogo que a Capcom pisou na bola mesmo.

Comparado com o game original, de fato não era um jogo muito longo, porém a Capcom perdeu a oportunidade de explorar muita coisa que poderia ter prolongado muito mais a jogatina.

Em uma primeira jogada, assistindo todas as cutscenes o jogo dura em torno de 5 a 6 horas.

Pulando as cutscenes e sabendo de todos os objetivos, esse tempo cai tranquilamente pela metade.

Muitos podem afirmar que esse tempo é razoável e quem é fã mesmo rejogará várias vezes, mas sinceramente o jogo não te motiva a ter um fator replay… Jogar só por jogar para adquirir algumas armas com munição infinita e outros itens de loja realmente não é um fato motivador.

Rejogar o jogo em dificuldades mais elevadas não muda quase em nada a gameplay, nemesis fica mais resistente, no máximo alguns inimigos aparecem em lugares diferentes, mas no geral é praticamente o mesmo jogo da dificuldade mais baixa,nem mesmo na última luta é alterado o que se deve fazer.

Polêmicas e mais polêmicas…

Após o lançamento do jogo muitas críticas foram pesadas em relação ao que foi apresentado.

Primeiramente o jogo é um tapa na cara dos fãs mais assíduos do clássico, pois muita coisa foi retirada do jogo original e muitos acontecimentos que não fazia sentido ser alterado acabaram mexendo.

Cenários como a torre do relógio, o parque e cemitério de Raccoon City foram excluídos do remake e eram cenários memoráveis para os fãs que esperavam ansiosamente para vivenciá-los.

Inimigos como as aranhas, corvos, grave digger, foram excluidos… Mas pelo menos pra mim são inimigos que não faço questão que tivesse mesmo, ao meu ver nunca foram inimigos que faziam sentido de existir.

O que foi lamentável foi a retirada das escolhas que o jogador poderia tomar, este fator era interessantíssimo pois quebrava a linearidade e dava alternativas de finais, itens e armas.

Além disso tudo, a maior culpada para decepção dos fãs foi pela expectativa gerada pela própria Capcom, com promessas do tipo: “Nemesis será implacável, o jogador não poderá respirar nem mesmo dentro da sala segura”

A realidade entregue foi um Nemesis scriptado, incapaz de entrar nas lojas e que é facilmente derrubado por granadas, geradores ou barris de combustíveis.

Nem tudo foi ruim…

Obviamente nem tudo foi terrível neste jogo, de fato ele tem seus pontos altos e praticamente todos eles foram na reimaginação de Carlos.

Ele foi muito bem aproveitado e seus gameplays é o que faz o nível do jogo subir novamente quando claramente está em uma declive.

O Cenário da cidade apesar de bem modificado é a melhor parte do jogo com lugares a explorar, ver o caos da cidade e sentir a nostalgia do antigo game.

Mas afinal, vale a pena jogar?

O jogo é divertido e como fã é indispensável a experiência, mesmo que não seja nem sombra do que foi o clássico.

Para jogadores que nunca jogaram o clássico vão achar um jogo muito bom pois não terá em mente as comparações com o clássico.

O jogo tem seus defeitos e muitas vezes fará o jogador ter, infelizmente, lembranças do RE6, porém é um jogo que vai garantir a diversão, mesmo que não tenha sido entregue todas as promessas feitas.

Agora se perguntar: O jogo vale o que está sendo cobrado?

A resposta é não, não vale mesmo. Apesar de ter um modo multiplayer embutido ao modo campanha, o modo multiplayer é muito aquém do esperado também, completamente desbalanceado, com cenários incompatíveis e com diversos problemas de servidores.

A recomendação é aguardar as promoções e acredito que um valor de R$ 70,00 é um valor justo a ser cobrado.

Pontos positivos:

  • Jogabilidade melhorada;
  • Bons gráficos e ambientação sonora;
  • Bom destaque para jogabilidade com Carlos;
  • Cinemáticas inseridas para melhor desenvolvimento de enredo

Pontos negativos:

  • Dificuldade baixa;
  • Principal vilão muito scriptado;
  • Vários cenários, recursos e inimigos retirados do original;
  • Duração muito curta;
  • Jogo deixou de lado de ser survivor horror para virar jogo de ação

Notas:

Enredo: 7,0

Gráficos: 9,5

Tempo de jogo: 3,0

Trilha sonora: 9,5

Jogabilidade: 8,0

Dificuldade: 4,5