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DLCs: O sistema polêmico das desenvolvedoras de games

Polêmica à vista!

Editado por: Romulo Almeida

DLC é definitivamente um assunto que deixa qualquer gamer de cabelo em pé quando escuta falar, afinal de contas as DLCs tem sido muito usado nesta nova geração pelas desenvolvedoras e as vezes até demais.

Mas afinal de contas, o que é DLC?

DLC nada mais é que uma abreviação das palavras em inglês “Downloadable content”, que traduzindo à grosso modo para nossa língua tupiniquim seria: “conteúdo baixável”. Este conteúdo pode ser diversos complementos de um determinado jogo, sendo: novos personagens, mapas, skins de armas, roupas e até uma nova aventura para se jogar. O principal objetivo dos mesmos são para dar mais vida útil aos jogos, fazendo com que os jogadores não os abandonem.

Quando surgiram as DLCs?

O primeiro jogo a utilizar este tipo de sistema foi Total Annihilation, produzido pela Cavedog, em 1997. A desenvolvedora publicava em seu site diversos conteúdos novos todo mês gratuitamente para os jogadores baixarem.

Total Annihilation

Enquanto isso nos consoles, o primeiro a utilizar o sistema de DLCs foi o Dreamcast, porém como a internet de banda larga não era algo que todos tinham acesso, coube à Microsoft com o lançamento do Xbox popularizar este sistema.

Ok, entendi o que é DLC, mas por que são polêmicas?

Antigamente os games vinham completos e os conteúdos adicionais eram desbloqueados de acordo da quantidade de vezes que o jogador finalizava o game, conseguia códigos para desbloquear personagens e etc.

Bem, vamos à uma comparação bem rude para um melhor entendimento:

Imagine que você vai todo alegre ao MC Donalds entupir a veia do coração e na hora que você for pedir seu lanche o atendente vem até você e fala: “Senhor, infelizmente para acrescentar o queijo é mais 2 reais, o alface mais 1 real e o Bacon mais 5 reais”. Qual seria sua reação?

Esta é a maior reclamação da comunidade gamer, uma vez que a maioria das desenvolvedoras tem usado este sistema como caça-níqueis, vendendo jogos incompletos e ‘forçando’ os jogadores a comprar os complementos para ter uma experiência completa dos jogos. Para dar um exemplo recente: Destiny 1 e 2 são jogos que sem as DLCs é impossível de se jogar, pois a Activision bloqueou aqueles que não tem DLC até de jogar o modo PVP e assaltos semanais que dropam os melhores loots.

Não podemos esquecer dos casos em que as DLCs transformam os jogos em ‘pay-to-win’, ou seja, as desenvolvedoras vendem pacotes de expansão que fazem com que aqueles que compram tenham ampla vantagem sobre aqueles que não compraram, desbalanceando totalmente o jogo. Isto tem acontecido constantemente com a Eletronic Arts em jogos como Fifa e Star Wars Battlefront 2.

Loot Boxes que foram canceladas em Star Wars Battlefront II

Por incrível que pareça já houve caso em que a desenvolvedora vendeu o final de um jogo como conteúdo adicional. A responsável por essa façanha foi nada menos do que a Capcom em Asura’s Wrath.

DLC contendo o final do jogo de Asura’s Wrath

Nossa, mas todas as desenvolvedoras agem dessa maneira?

Não, claro que não, há inúmeros casos em que as desenvolvedoras realmente pensam nos jogadores e acrescentam mais vida útil aos jogos de maneira justa.

Veja por exemplo GTA V, produzido pela Rockstar, o game foi lançado em 2013 para a geração passada e sobrevive até hoje graças ao seu modo online e constantes DLCs que são lançados para ele, como a nova heist doomsday. Além disso a Rockstar sempre disponibiliza esses conteúdos de maneira gratuita como atualizações.

DLC lançada este mês pela Rockstar: Heist Doomsday

Outro jogo que vale muito a pena ser mencionado é The Witcher 3, produzido pela CD Projekt Red, que apesar das DLCs de campanha não serem gratuitas vale totalmente cada centavo investido nas mesmas. Você percebe a dedicação que a produtora teve para produzir esses conteúdos e cada DLC de TW 3 é praticamente um jogo novo para se jogar.

Vale lembrar ainda que o jogo base possui diversas DLCs gratuitas contendo novas missões e roupas para personagens.

Expansões de The Witcher 3: Hearts of Stone e Blood and Wine

Mas afinal, qual a conclusão disso tudo?

Nos dias de hoje é inevitável que os jogos possuam DLCs, foi uma maneira que as empresas encontraram para continuar lucrando com as vendas de seus jogos e mantê-los vivos. Não há nada de mal nisso, afinal quem não quer continuar usufruindo de seu jogo favorito por horas e mais horas?

O maior problema é o fato de que alguns jogos tem vindo incompletos na faixa de R$ 250,00 em seu lançamento e ainda deve-se pagar mais R$ 60,00 a R$ 100,00 para ter a experiência completa do jogo.

Há jogos disponíveis na Live e PSN que vendem o pacote completo do Jogo + Passe de temporada que beiram os absurdos R$ 500,00, um preço totalmente fora da realidade, ainda mais aqui no Brasil.

Para que este seja uma assunto que pare de nos incomodar, cabe à nós, cobrarmos das produtoras para que não haja o abuso que tem ocorrido atualmente nas DLCs, como houve por exemplo em Star Wars Battlefront II, em que a comunidade reclamou em peso que EA se viu obrigada a recuar quanto as DLCs de Loot Boxes.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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